Após oito dias, sangue de menino intoxicado é colhido para exame
Segundo médico perito do Instituto de Criminalística, menino teve convulsões nos dias após o caso, o que pode indicar que não houve intoxicação por remédio.
O médico Antônio Nunes, perito do Instituo de Criminalística, comentou hoje o envio tardio da amostra de sangue do menino que, oito dias atrás, foi internado por suspeita de intoxicação. Segundo ele, o resultado pode ser prejudicado pela demora. “O ideal é fazer esse exame até três horas depois da intoxicação. No mínimo, dentro das primeiras doze horas”.
O material será enviado para um laboratório de criminalística do Rio Grande do Sul. Segundo o médico, o Piauí é o único estado que não tem um laboratório equipado para fazer esse tipo de exame. “Estamos tentando mandar para o Rio Grande do Sul por que é difícil eles aceitarem receber exames de fora. A demanda desses laboratórios é muito grande”, comentou Antônio Nunes.
O conselheiro tutelar Djan Moreira, que acompanha o caso, reclamou da demora para que o exame fosse realizado. “Apenas oito dias depois, atrasado demais. A criança é quem fica prejudicada”, comentou ele. “Vamos continuar acompanhando o caso dele, e encaminhá-lo para a rede de assistência psicossocial”, declarou o conselheiro.
Hipóteses
O médico comentou ainda que ele vê a possibilidade de não ter havido intoxicação. Segundo ele, o menino apresentou convulsões dias depois do ocorrido, o que para ele pode ser um sinal de que não se trata de remédios usados em golpes conhecidos como “Boa noite cinderela”. “O tempo de efeito em crianças das principais drogas ligadas ao ‘boa noite cinderela’, em geral não passa de três horas. Como ele pode ainda ter convulsões depois de sete dias?”, questionou Antônio Nunes.