Polêmica: Empresa de fachada que faturou R$ 1,5 pertence a zelador
Segundo pesquisa realizada nos sistemas corporativos da CGU, o zelador tem remuneração mensal de um salário mínimo, desde abril de 2012.
A Controladoria Geral-Geral da União está investigando a empresa Martins Serviços e Comércio de Automóveis Eirele, constituída em 10 de abril de 2012, com sede na cidade de Novo Oriente do Piauí, que teve atuação nos municípios de Prata do Piauí e Novo Oriente do Piauí, no ano de 2013, obtendo um faturamento total de R$ 1.505.839,64, naquele exercício, conforme dados do Tribunal de Contas do Estado do Piauí.
A empresa, segundo pesquisa realizada nos sistemas corporativos da CGU, é constituída por um sócio administrador. O sócio dessa empresa trabalha na função de zelador de edifício na empresa Clean Service Ltda., de CNPJ No. 03.379.896/0001-50, especializada em limpeza e conservação de prédios e domicílios, com remuneração mensal de um salário mínimo, desde abril de 2012.
Na visita realizada por técnicos da CGU à sede da empresa Martins Serviços e Comércio de Automóveis Eirele, havia apenas uma pessoa trabalhando, que informou se tratar do endereço das empresas Martins Serviços e MSabóia Construções.
No imóvel, segundo o relatório de emendas externas da CGU, “havia materiais de construção, e uma pequena sala de escritório, não sendo identificados garagem nem veículos”.
O relatório da CGU é conclusivo: e empresa Martins Serviços e Comércio de Automóveis Eirele é uma empresa de fachada, “haja vista que seu único sócio trabalha como zelador de edifício em Teresina, distante cerca de 240 km da sede da empresa na cidade de Novo Oriente do Piauí, recebendo mensalmente um salário mínimo. A renda do sócio, por tanto, mostra-se incompatível com a atividade de empresário, proprietário de empresa que faturou o montante de R$ 1.505.839,64 em 2013, das prefetirua municipais de Prata do Piauí e Novo Oriente”.
Em 2013 a cidade de Prata do Piauí era governada por Antônio Gomes de Sousa, o conhecido “Antônio Parambu” e Novo Oriente do Piauí pelo médico Marcos Vinícius Cunha Dias, ambos do PTC.
Empresa também atua no “Transporte Escolar”
A empresa de acordo com a CGU “prestava serviços” de transporte escolar para a Prefeitura de Prata do Piauí, tendo sido contratada através de dispensa de licitação. As despesas, no montante de R$ 334.9997,37 foram custeadas com recursos do FUNDEB, PNATE, e recursos próprios da prefeitura.
O relatório aponta que os veículos utilizados para o serviço de transporte escolar não pertenciam à empresa contratada, não havia autorização de uso para este tipo de serviço e que a gestão desse serviço era feito pela própria Prefeitura. A empresa Martins Serviços e Comércio de Automóveis Eirele participava apenas na emissão de notas fiscais e recibos para justificar o desembolso dos recursos públicos para a gestão.
Outro lado
Procurados pelo GP1 Na manhã desta quarta-feira (22), os ex-prefeitos, Marcos Vinícius e Antônio Parambu não foram localizados para comentar o fato.