Professor do Campus do IFPI de Valença publica artigo em revista internacional

O trabalho reforça a importância da anatomia vegetal como ferramenta taxonômica e destaca a relevância de estudos comparativos em grupos botânicos ainda pouco explorados sob essa perspectiva.

O professor e botânico Genilson Alves dos Reis e Silva, do Campus Valença, é coautor de um artigo científico recentemente publicado na revista Flora (Elsevier). O trabalho "Revealing leaf anatomical characters that impact the taxonomy of Calea sect. Calea (Asteraceae)", é resultado de uma parceria com pesquisadores da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) e da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

A pesquisa representa o primeiro estudo anatômico comparativo das folhas de espécies da seção Calea, um grupo botânico da família Asteraceae conhecido por sua complexidade taxonômica, e revelou características anatômicas inéditas que auxiliam na distinção de espécies morfologicamente semelhantes e oferecem suporte para interpretações evolutivas dentro do gênero.

A análise de similaridade realizada pelos autores mostrou agrupamentos consistentes entre as espécies da seção, contribuindo para uma melhor compreensão da diversidade estrutural e das relações filogenéticas no gênero Calea. O trabalho reforça a importância da anatomia vegetal como ferramenta taxonômica e destaca a relevância de estudos comparativos em grupos botânicos ainda pouco explorados sob essa perspectiva.

“Este artigo, para mim, representa um avanço significativo no conhecimento anatômico de um grupo botânico ainda pouco compreendido, o que tem impacto direto na sistemática e na conservação da biodiversidade. Mas, para além da contribuição científica, essa publicação tem um valor formativo enorme para os nossos estudantes do curso de Ciências Biológicas aqui do IFPI, pois poderão ver aplicações diretas de conhecimentos adquiridos em disciplinas do curso. Ao integrar este trabalho como coautor, trago para a sala de aula a vivência concreta da pesquisa científica, mostrando aos discentes que a produção de conhecimento está ao nosso alcance, mesmo em regiões do interior. Isso fortalece a identidade acadêmica dos nossos alunos e os inspira a atuar com seriedade na pesquisa e no ensino”, disse o professor.

Genilson explica ainda que os dados obtidos podem ser ampliados em estudos futuros, incluindo análises histoquímicas e moleculares, abrindo caminho para projetos de Iniciação Científica, Trabalhos de Conclusão de Curso e parcerias institucionais, com foco em anatomia comparada, taxonomia e farmacobotânica.

O artigo completo está disponível em: https://doi.org/10.1016/j.flora.2025.152804